Entrevista ao membro do Conselho da Juventude do Projeto Rio500, morador da Freguesia.


A AMAF conheceu o João nos eventos que a comunidade organizada colocou nas ruas, tais como a luta pelo Casarão da Bananal, a Arborização da Três Rios, a Festa do 421º Aniversário de Jacarepaguá, a apresentação do projeto da Linha 6 do Metro e outros.

Depois soubemos que por iniciativa própria se candidatou para ser membro do Conselho da Juventude do Projeto Rio500 e conquistou essa vaga.

Foi assim que lhe enviamos uma serie de perguntas para saber, dentre outras coisas, como a Freguesia poderá ser representada por ele junto à Prefeitura.

Gentilmente as respondeu e que com sua autorização as publicamos a seguir:

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-Nome completo?

João Pedro Magalhães da Cunha.

-Idade?

18 anos.

-Escolaridade?

Ensino Médio incompleto (cursando).

-Há quanto tempo mora na Freguesia?

Há 12 anos.

-Antes morava em que bairro?

Jardim América, Zona Norte.

-Qual foi o agente motivador para participar dos movimentos comunitários, tais como Casarão da Bananal, Arborização das Três Rio, etc.?

A vontade de tornar o mundo ao qual vivo um lugar melhor. Me sinto parte do todo e por isso tenho a vontade de retribuir tudo de lindo ao qual recebo. Eu realmente sonho com a união das pessoas. Participar da construção de um bairro melhor é uma parte muito importante para isso.

-Você conhece outros jovens do bairro que tenham essa mesma iniciativa de participação social?

Sim.

-Se sim, essa participação é individual ou de forma organizada em alguma entidade?

Individual, eu e meus amigos realmente escutamos nossos pais quando nos disseram que a mudança começa em casa.

-Como tomou conhecimento do Visão Rio500?

Conheci após ver uma propaganda do Conselho da Juventude ao qual estava exposta em um ponto de ônibus no centro da Freguesia. Entrei no site coordenado pelo Lab.Rio e pesquisei sobre os projetos de estímulo a uma participação social dentro das políticas públicas e lá falava sobre o Conselho da Juventude da Cidade ao qual trabalharia para a construção do Planejamento Estratégico Visão Rio 500.

-Como surgiu o interesse em se candidatar para o Conselho da Juventude?

O interesse surgiu muito antes da existência do mesmo. Um dos maiores desafios para os movimentos sociais na Freguesia é a falta de atenção do governo. Quando percebi que o Conselho da Juventude poderia trazer a possibilidade de aumentar a nossa voz perante as autoridades tratei de falar da boa notícia para alguns líderes de movimentos do bairro.  Porém no final apenas eu me inscrevi no processo de seleção.

-Qual foi o processo que teve que seguir para se candidatar e como foi a escolha que o levou a fazer parte desse Conselho?

Primeiramente eles pediram para que eu enviasse um vídeo de um minuto com uma proposta para o nosso Rio de Janeiro e que eu fizesse um resumo do vídeo em uma frase. Propus o seguinte:
“Minha ideia é criar oficinas de Debates, aos quais possam complementar as atividades de incentivo criativo já realizadas no Rio de Janeiro.”
Depois disso foi aberta a votação pública no site do Conselho da Juventude. Divulguei para os parentes e para os amigos de JPA e acabei me tornando um conselheiro da juventude.

-Você sabe se há mais algum outro jovem do bairro nesse Conselho?

Sei sim. Tive a grande surpresa de descobrir que além de mim existem 11 jovens de Jacarepaguá no Conselho. Criamos um grupo no Whatsapp para trocarmos ideias e já estamos dialogando entre si.

-Quais são suas atribuições / compromissos como membro do Conselho com
relação à Freguesia?

O Conselho da Juventude tem um papel consultivo com o novo planejamento estratégico da cidade do Rio de Janeiro, portanto meu compromisso será de trazer novas ideias para melhorar o espaço onde vivemos.

De acordo com o Art.5 do DECRETO RIO N° 40694 DE 1 DE OUTUBRO DE 2015

São objetivos do Conselho da Juventude da Cidade:

I – incorporar maior participação social ao processo decisório da gestão municipal;

II – inserir a juventude, em especial os segmentos em situação de vulnerabilidade social, na construção do Planejamento Estratégico Visão Rio 500;

III – garantir a consolidação da participação social como componente efetivo e fundamental do Planejamento Estratégico Visão Rio 500;

IV – acompanhar e emitir pareceres sobre o Planejamento Estratégico Visão Rio 500;

V –  incentivar o uso e o desenvolvimento de metodologias que incorporem múltiplas formas de expressão e linguagens de participação social.

-O Rio500 tem compromissos a curto, meio e longo prazos com relação à Cidade?

Tem sim, de acordo com os planejamentos estratégicos anteriores essa construção é sempre visando pensar no longo prazo agir no curto prazo.

-Como pode a AMAF encaminhar as reivindicações ou sugestões para esse projeto e acompanhar o andamento das mesmas?

Sempre quando formos criar um parecer ou um relatório sobre determinado tema teremos que buscar opiniões de representantes da sociedade civil. Além disso em conversa com o conselheiro Diogo Duarte, morador da Taquara, expandimos a ideia de convidar representantes da sociedade civil para o Conselho assim como representantes de associações de moradores. Ele criou uma proposta de emenda para o nosso regimento interno e recolheu as assinaturas necessárias para se entrar na votação, que será em nossa próxima reunião. Quando sair o resultado passarei as novidades para vocês.

-O que você acha dos diversos movimentos sociais dentro de uma mesma comunidade? Prós e Contras.

Acho maravilhoso no engajamento, evidência uma politização da população e que os moradores estão sempre lutando para suprir as necessidades e carências no bairro. Porem também demonstra que falta uma certa união entre esses movimentos, a existência de várias lutas é algo maravilhoso, cada grupo tem suas próprias demandas e particularidades, mas se não apoiarmos uns as lutas dos outros acabamos nos esquecendo que somos um organismo vivo e interdependentes. Durante esse ano percebi como que as vitórias de Jacarepaguá foram importantes para todo o Rio de Janeiro e que em alguns casos até estimularam a participação de mais pessoas por uma causa comum, como foi o exemplo da iniciativa da Alice Giannini, que com o pedido da arborização da Três Rios uniu ainda mais as pessoas que já lutavam pelo meio ambiente desde o Freguesia em Ação, trazendo a atenção da Associação Parques e Jardins e de jornais conhecidos. Temos um enorme caminhar pela frente, quanto mais gente estiver caminhando junto mais bonita será a nossa caminhada.

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